Shepherd Moons


Ave, seleto grupo de apreciadores deste blog! Retorno de um período de vacas magras em termos postágicos com uma derivação interessante, porém controversa, da música celta.
Pessoalmente, tenho orgulho em dizer que aprecio a música de Eithne Patricia Ní Bhraonáin, ou Enya Patrícia Brennan, numa pronúncia anglo-saxônica. Naturalmente, acostumei-me com as feições de desgosto que vejo ao dizer isso. Mas apesar de alguns dos álbuns da Enya serem realmente inexpressivos ou mesmo ruinzinhos, a média é, sem dúvida, muito boa.
Shepherd Moons é sem dúvida o melhor conjunto de música New Age que se pode encontrar. É preciso um tanto de cuidado ao falar-se em New Age, pois o gênero, nascido da música celta contemporânea, engloba uma variedade de obras admiráveis e de lixões. Assegure-se, leitor, de que pode confiar na seleção deste redator.
Num geralzão, eis do que se trata Enya: músicas tranqüilérrimas, perfeitas para proporcionar reflexões, meditações, relaxamentos ou sonos; inteiramente cantadas e tocadas por certa irlandesa cujo nome em irlandês foi citado acima, e com letras compostas por uma certa Roma Ryan. Letras, essas, que são escritas numa grande variedade de línguas, de inglês e irlandês (estas últimas são escritas pela própria Enya) a Quenya e Sindarin (criadas pelo escritor J. R. R. Tolkien).
As composições são baseadas numa atmosfera mísitica, beirando mas não alcançando o cafona, e sintetizadores, mais um piano, uma gaita de foles, ou outro instrumento acúsico, com um coro incrível bastante comum, criado pela sobreposição de oitenta camadas da voz da cantora. Por fim, a letra é cantada pela grande Enya, com sua voz incrível.
Esse coro, de que falo, é o que introduz Shepherd Moons, com sua faixa homônima. Se é que há uma letra para esta música, ela está tão fluida entre o coro e o fundo musical que não se o distingüe. As duas primeiras músicas servem, talvez, como uma provação para o ouvinte; aquele que não for hipnotizado e cair no sono (não levando pelo lado negativo de cair no sono), terá a chance de apreciar um primor do New Age. Destaque para Book of Days, que, aos que apreciarem o som de Enya, deverá agradá-los talvez sobre todo o álbum.
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